Estado assassino
Editorial
A matéria em destaque nesta edição dá bem a medida dos problemas que o novo governo vai enfrentar com os homens escolhidos para comandar a Segurança Pública no Estado.
Dois deles estão intimamente ligados às estatísticas da criminalidade que apontam para uma verdadeira tragédia nos índices de homicídios por 100 mil habitantes: Angelo Roncali e André Garcia.
Nos oito anos do governo Hartung, com a projeção prevista para dezembro, o Estado estará contabilizando 14.394 homicídios, número próximo ao da população de Muqui (14.396 habitantes). É a maior taxa média de homicídios por 100 mil habitantes dos últimos 30 anos no Estado.
Em termos nacionais, o Espírito Santo só está abaixo de Alagoas em número de homicídios. Fora do Brasil, o Espírito Santo registra mais homicídios do que El Salvador, considerado um dos países mais violentos do mundo (50 por 100 mil habitantes), Colômbia, assolada pelo tráfico de drogas (45 homicídios por 100 mil habitantes) e Guatemala, o terceiro mais sangrento (35/100 mil).
O interessante nessas estatísticas é que os assassinatos vêm crescendo em progressão geométrica no Estado.
Um exemplo: os primeiros quatro anos de governo (2003 – 2006) foram assassinadas no Espírito Santo 6.644 pessoas – uma média de 1.661 por ano, ou ainda uma taxa média de homicídios de 49,2%/100 mil.
Já no segundo mandato os índices dispararam: de 2007 para cá (projetado dezembro), os homicídios registraram uma média de 1.938 mortes por ano (índice de 57,5 homicídios por 100 mil habitantes).
No cômputo geral, no segundo mandato de Hartung foram assassinadas 1.106 pessoas a mais em relação ao primeiro mandato. Como se pode ver por este dado, não são nada animadoras as perspectivas para 2011.
É ilusão esperar que os homens de Hartung preservados na área da Segurança Pública do novo governo se transformem em bons gestores e revertam um quadro que há oito anos aponta para a trágica realidade de que vivemos em um Estado que não zela pela segurança de sua população.
Um autêntico Estado assassino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário