Caminho escolhido pelo PT na
equipe de Casagrande é delicado
Renata Oliveira
Foto capa: Riokan
Além do vice-governador, o PT vem buscando uma secretaria de importância no governo de Renato Casagrande. O caminho que o partido vem negociando, porém, parece bastante espinhoso para o mercado político.
O partido negocia a ida da deputada federal reeleita Iriny Lopes para a pasta de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, mas as últimas movimentações do governador eleito, como o anúncio da cúpula da Segurança, podem tornar desconfortável a ida da deputada para a equipe.
Os movimentos sociais, que estiveram alijados do debate político durante os oito anos do governo Paulo Hartung, repudiaram a permanência de Ângelo Roncalli e de André Garcia na cúpula da Segurança do Estado. Embora não esteja neste arranjo, a Secretaria de Direitos Humanos teria uma função estratégica nesse processo, já que intermediaria o diálogo com os movimentos sociais, críticos ao modelo de Segurança do Estado.
Como Iriny Lopes tem uma forte atuação na área de direitos humanos e é ligada aos movimentos sociais, teria dificuldade em fazer o debate com o setor, por uma questão ideológica.
O próprio perfil do PT, que tem origem no movimento social, também fica em dificuldade dentro da manutenção do sistema que perpetua o caos na Segurança Pública e as denúncias de desrespeito aos direitos humanos no sistema penitenciário capixaba.
Neste sentido, a tendência é de que Iriny não aceite o convite para integrar o governo Casagrande, mas, como a decisão é partidária, a deputada pode ser colocada em uma situação ainda mais desconfortável. Outro ponto que está criando constrangimento para o PT no mercado político é de que, se sair da Câmara, Iriny dará lugar ao primeiro suplente do grupo, o deputado federal não reeleito Camilo Cola (PMDB), que tem uma linha ideológica bem afastada da que é seguida pelo partido.
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