FONTE: FOLHA VITÓRIA ON LINE
11/12/2008 às 16h30
Naufrágio: "O que me assusta é o silêncio das pessoas de bem", diz Carlos Eduardo
Folha Vitória
"O que me assusta muito na verdade não é somente a voz dos corruptos, mas o silêncio das pessoas de bem. Elas não podem ser omissas. Tem que se posicionar para extirpar a corrupção do nosso poder", avaliou o juiz da Vara de Penas Alternativas, Carlos Eduardo Ribeiro Lemos, sobre a suposta fraude no Tribunal de Justiça (TJ) investigada pela Polícia Federal. O magistrado fez parte da missão especial instituída pelo governo federal em 2003 para investigar o crime organizado no Espírito Santo.
Carlos Eduardo considerou "vergonhoso" o conteúdo das ligações telefônicas interceptadas pela polícia durante as investigações da Operação Naufrágio. "Nós vemos que algumas pessoas ainda acham que juiz tem uma missão divina. Juiz tem uma missão social. O compromisso de um juiz tem que ser com sociedade, não com empresários e políticos", afirmou.
O magistrado também opinou sobre a primeira denúncia direta da existência de crime organizado dentro do poder Judiciário capixaba, depois do Legislativo e do Executivo já terem sido alvo de denúncias similares. "O judiciário tem que ser o poder mais limpo de todos. Porque só o Judiciário pode corrigir tudo o que de errado é encontrado nos poderes Legislativo e Executivo", opinou.
Carlos Eduardo lembra que a denúncia está em fase de apuração e cobra que sejam apresentadas conclusões o mais rápido possível. Apesar do escândalo, ele pede que a sociedade continue confiando no Judiciário. "A população tem que confiar. A corrupção não está no poder Judiciário, está em algumas pessoas", salientou.
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Um comentário:
Senhor magistrado, tudo bem?
Pensei que somente eu me assustava com o silêncio e a omissão das pessoas de bem e não quero crer que sejam poucas estas pessoas.
Prefiro crer que seja um estado de choque, atônitos que ficaram diante de tanta desorienteação.
Afinal, quem julgava, sentenciava foi preso e ninguém poderia supor tal comprometimento alegado pelo STJ.
Em algum lugar opinei que pugnava por uma investigação exaustiva e célere objetivando que os inocentes fossem libertos.
Esperar que seja só fumaça com ausência de fogo tem sido uma hipótese remota conforme vozes de pessoas autorizadas.
Na condição de advogado assevero que o benefício da dúvida é bom conselheiro até por que, como sabemos, o ônus da prova cabe a quem alega...
Que as regras da Constituição Federal e do processo atuem soberanamente!
Fernando Claro
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