'\"Quero dizer que eu não tenho mais futuro político - tô fora da política, talvez continue filiado ao PMDB, não sei ainda, vou pensar\", disse Gerson Camata'
'BRASÍLIA - AGÊNCIA CONGRESSO - Depois de 44 anos na vida pública, o senador Gerson Camata (PMDB) resolve sair de cena. \"Quero dizer que eu não tenho mais futuro político - tô fora da política, saí da política, talvez continue filiado ao PMDB, não sei ainda, vou pensar\", disse Camata.
O senador iniciou a carreira política quando ingressou na legenda da ARENA, ao se eleger vereador em Vitória, em 1966, deputado estadual em 1970 e deputado federal em 1974 e 1978.
Natural de Castelo, Camata formou-se em economia pela Ufes, em 1969. Restabelecidas as eleições diretas para os governos estaduais, com o retorno ao pluripartidarismo em 1980, optou pelo PMDB e foi eleito governador do Espírito Santo em 1982, mas não concluiu o mandato para concorrer ao Senado, onde permaneceu até hoje.
Em seu gabinete, que será ocupado pelo senador eleito pelo ES, Ricardo Ferraço (PMDB), Gerson Camata falou à Agência Congresso. O senador disse que será sempre grato ao povo capixaba, que o manteve no poder durante todo esse tempo e que o governador Renato Casagrande poderá contar com ele para ajudar o estado com a sua experiência política.
Questionado sobre o que pretende fazer após deixar a vida pública, o senador capixaba diz que pensa em se dedicar à atividades na iniciativa privada. Revelou que analisa alguns convites para trabalhar com exportação de café e na área de construção.
O senhor esteve esse tempo todo sem perder uma eleição e agora se despede do povo capixaba...
Acho que eu tenho que agradecer ao povo capixaba - 44 anos sem perder uma eleição. Mas, fui fiel aos meus princípios, ao meu eleitorado, ao meu partido, ao estado. Eu acho que fui premiado com isso - serei grato pelo resto da vida.
Quero dizer que eu não tenho mais futuro político - estou fora da política, saí da política, talvez continue filiado ao PMDB, não sei ainda, vou pensar. Estou com alguns convites para trabalhar na iniciativa privada, porque, como eu vou me aposentar como senador, não poderei exercer nenhuma atividade pública, senão eu não poderei receber salário - só na área privada.
Estou com dois convites e vou pensar o que vou fazer, mas não estou com pressa, eu só não quero ficar parado - Já disse ao Casagrande, por exemplo, que todo serviço que eu puder prestar para o ES, sem remuneração, estarei pronto para fazer. Quero oferecer um pouco da experiencia que adquiri, dar ideias, assim como fiz com Paulo Hartung - é uma maneira de agradecer eternamente a tudo que o povo capixaba me deu.
Em relação aos convites que o senhor recebeu - poderia revelar em que áreas são? O senhor entende muito de café, de comércio...
Tem um na área de exportação de café e outro na área da construção pesada, que é fora do Brasil, mas este eu não estou interessado, apesar de ser interesante. Tenho ainda um convite na área de metalurgia, mais aí eu teria que morar fora do ES, vamos ver. Há poucos dias um marqueteiro de política nacional me disse: Se você quiser trabalhar em campanha política, estaremos à disposição - leve um pouco da sua experiência para nós. Mas não pretendo virar marqueteiro político.
O senhor disputou quantas eleições mesmo - seis?
Eu disputei para vereador, deputado estadual, depois, duas vezes, deputado federal, governador do estado, depois, 3 vezes senador - um total de 44 anos de mandato - praticamente a minha vida inteira, vou fazer 70 anos em junho.
Destas eleições que o senhor disputou qual foi a mais difícil?
Eu acho que a mais difícil foi a de vereador - eu estava começando, eu tinha chegado da região de Colatina, não conhecia muita gente em Vitória, foi uma eleição muito difícil.
O senhor encerrou a carreira política. E a Rita - ainda vai disputar eleição?
Eu disse a ela que não - vou revelar agora - eu não queria que ela fosse candidata. Eu achava que ela não tinha se preparado para ser candidata a senadora. Eu profetizei o resultado da eleição e acho que foi uma lição, onde ela teve que aprender.
A Rita foi a melhor deputada federal que nós tivemos. Não sou só eu que reconheço - agora ela recebeu mais um prêmio (Congresso em Foco), pela 5ª vez (agora, de melhor parlamentar). Nós perdemos uma grande parlamentar experiente, mas sempre a fila anda.
Então a família Camata está fora da política?
Acabou.
Com a sua experiência, como o senhor vê essa nova safra de senadores?
Eu acho que o Ricardo vem com a experiência de um homem que já foi deputado federal, tem conhecimento no Congresso, foi vice governador, assumiu o governo muitas vezes, assumiu duas pastas, inclusive pastas importantes. Então ele adquiriu uma experiência muito grande de executivo, na administração e conhecimento do estado do ES. Creio que terá boas condições - eu conversei outro dia com o Renan Calheiros (senador líder do PMDB), no sentido de que ele deveria começar logo como vice-líder do partido - tem experiência para isso.
A Ana Rita, eu me orgulho muito - fui eu quem a colocou na política.Trabalhou comigo no governo do estado, nos assentamentos que foram feitos, que são os melhores do Brasil - me orgulho muito. Depois, ela foi para o PT e agora está assumindo o senado. É a primeira senadora do ES, uma menina muito culta, tem uma boa experiência política, porque foi vereadora, foi da comunidade de base, ligada à igreja católica - tem boa experiência para se destacar aqui também, como uma boa senadora e primeira mulher no senado do ES.
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'BRASÍLIA - AGÊNCIA CONGRESSO - Depois de 44 anos na vida pública, o senador Gerson Camata (PMDB) resolve sair de cena. \"Quero dizer que eu não tenho mais futuro político - tô fora da política, saí da política, talvez continue filiado ao PMDB, não sei ainda, vou pensar\", disse Camata.
O senador iniciou a carreira política quando ingressou na legenda da ARENA, ao se eleger vereador em Vitória, em 1966, deputado estadual em 1970 e deputado federal em 1974 e 1978.
Natural de Castelo, Camata formou-se em economia pela Ufes, em 1969. Restabelecidas as eleições diretas para os governos estaduais, com o retorno ao pluripartidarismo em 1980, optou pelo PMDB e foi eleito governador do Espírito Santo em 1982, mas não concluiu o mandato para concorrer ao Senado, onde permaneceu até hoje.
Em seu gabinete, que será ocupado pelo senador eleito pelo ES, Ricardo Ferraço (PMDB), Gerson Camata falou à Agência Congresso. O senador disse que será sempre grato ao povo capixaba, que o manteve no poder durante todo esse tempo e que o governador Renato Casagrande poderá contar com ele para ajudar o estado com a sua experiência política.
Questionado sobre o que pretende fazer após deixar a vida pública, o senador capixaba diz que pensa em se dedicar à atividades na iniciativa privada. Revelou que analisa alguns convites para trabalhar com exportação de café e na área de construção.
O senhor esteve esse tempo todo sem perder uma eleição e agora se despede do povo capixaba...
Acho que eu tenho que agradecer ao povo capixaba - 44 anos sem perder uma eleição. Mas, fui fiel aos meus princípios, ao meu eleitorado, ao meu partido, ao estado. Eu acho que fui premiado com isso - serei grato pelo resto da vida.
Quero dizer que eu não tenho mais futuro político - estou fora da política, saí da política, talvez continue filiado ao PMDB, não sei ainda, vou pensar. Estou com alguns convites para trabalhar na iniciativa privada, porque, como eu vou me aposentar como senador, não poderei exercer nenhuma atividade pública, senão eu não poderei receber salário - só na área privada.
Estou com dois convites e vou pensar o que vou fazer, mas não estou com pressa, eu só não quero ficar parado - Já disse ao Casagrande, por exemplo, que todo serviço que eu puder prestar para o ES, sem remuneração, estarei pronto para fazer. Quero oferecer um pouco da experiencia que adquiri, dar ideias, assim como fiz com Paulo Hartung - é uma maneira de agradecer eternamente a tudo que o povo capixaba me deu.
Em relação aos convites que o senhor recebeu - poderia revelar em que áreas são? O senhor entende muito de café, de comércio...
Tem um na área de exportação de café e outro na área da construção pesada, que é fora do Brasil, mas este eu não estou interessado, apesar de ser interesante. Tenho ainda um convite na área de metalurgia, mais aí eu teria que morar fora do ES, vamos ver. Há poucos dias um marqueteiro de política nacional me disse: Se você quiser trabalhar em campanha política, estaremos à disposição - leve um pouco da sua experiência para nós. Mas não pretendo virar marqueteiro político.
O senhor disputou quantas eleições mesmo - seis?
Eu disputei para vereador, deputado estadual, depois, duas vezes, deputado federal, governador do estado, depois, 3 vezes senador - um total de 44 anos de mandato - praticamente a minha vida inteira, vou fazer 70 anos em junho.
Destas eleições que o senhor disputou qual foi a mais difícil?
Eu acho que a mais difícil foi a de vereador - eu estava começando, eu tinha chegado da região de Colatina, não conhecia muita gente em Vitória, foi uma eleição muito difícil.
O senhor encerrou a carreira política. E a Rita - ainda vai disputar eleição?
Eu disse a ela que não - vou revelar agora - eu não queria que ela fosse candidata. Eu achava que ela não tinha se preparado para ser candidata a senadora. Eu profetizei o resultado da eleição e acho que foi uma lição, onde ela teve que aprender.
A Rita foi a melhor deputada federal que nós tivemos. Não sou só eu que reconheço - agora ela recebeu mais um prêmio (Congresso em Foco), pela 5ª vez (agora, de melhor parlamentar). Nós perdemos uma grande parlamentar experiente, mas sempre a fila anda.
Então a família Camata está fora da política?
Acabou.
Com a sua experiência, como o senhor vê essa nova safra de senadores?
Eu acho que o Ricardo vem com a experiência de um homem que já foi deputado federal, tem conhecimento no Congresso, foi vice governador, assumiu o governo muitas vezes, assumiu duas pastas, inclusive pastas importantes. Então ele adquiriu uma experiência muito grande de executivo, na administração e conhecimento do estado do ES. Creio que terá boas condições - eu conversei outro dia com o Renan Calheiros (senador líder do PMDB), no sentido de que ele deveria começar logo como vice-líder do partido - tem experiência para isso.
A Ana Rita, eu me orgulho muito - fui eu quem a colocou na política.Trabalhou comigo no governo do estado, nos assentamentos que foram feitos, que são os melhores do Brasil - me orgulho muito. Depois, ela foi para o PT e agora está assumindo o senado. É a primeira senadora do ES, uma menina muito culta, tem uma boa experiência política, porque foi vereadora, foi da comunidade de base, ligada à igreja católica - tem boa experiência para se destacar aqui também, como uma boa senadora e primeira mulher no senado do ES.
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