segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Fernandinho Beira-Mar critica regime de prisão em que é mantido em entrevista à TV. OCLARO: STF não julgou Adin contra RDD feito pela OAB FEDERAL

FONTE: WWW.FOLHAONLINE.COM.BR

21/12/2008 - 22h10

Fernandinho Beira-Mar critica regime de prisão em que é mantido em entrevista à TV
Publicidade da Folha Online

Atualizado em 22/12/2008 às 10h51.

O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira Mar, criticou o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) segundo reportagem do "Domingo Espetacular", da TV Record, exibida neste domingo.

Ao final da entrevista, ele se exaltou contra a decisão judicial que o mantém atrás das grades no regime mais rigoroso existente no sistema prisional brasileiro. "Não tem mais Constituição. Cria uma lei, volta ao tempo da ditadura, faz uma lei assim. Porque a única diferença que tá faltando é só isso", diz.

Em entrevista à TV, Fernandinho Beira-Mar critica regime de pena que cumpre em presídio Campo Grande (MS)

O traficante está no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado). O regime prevê isolamento total em relação aos outros presos --os banhos de sol são feitos em celas individuais, por meio de um solar. As saídas das celas só ocorrem durante visitas semanais de parentes e encontros com advogados. Não há visita íntima quinzenal.

Os sucessivos pedidos formulados à Justiça para que ele seja transferido foram negados.

Segundo o programa, ele diz que emocionalmente gostaria de voltar para o Rio, onde está sua família, mas que racionalmente não faria isso. "Emocionalmente falando eu preferiria voltar para o Rio, porque lá está minha família. Lá eu estaria perto da minha família. Mas racionalmente eu preferia não ir para o Rio", diz em parte da entrevista concedida ao jornalista Luis Carlos Azenha.

A reportagem mostra as dependências da cela onde está Fernandinho Beira-Mar no presídio federal de Campo Grande (MS).

A reportagem mostra um cartaz informando que a alimentação de Beira-Mar deve ser rica em fibras e sem carne vermelha. O traficante está mais magro em relação às últimas vezes que foi visto em público.

Em determinado trecho ele diz que o local em que está é uma "fábrica de fazer louco e monstro", diz.

O traficante diz que pretende cursar direito à distância e até já conseguiu uma faculdade. Ele aguarda a autorização para ter acesso à internet.

Segundo a reportagem, mesmo preso, Beira-mar já provou ser um homem poderoso. Em 2002, ele organizou uma rebelião no presídio de Bangu, no Rio, só para matar um rival, Ervaldo Pires Medeiros. Ele também foi acusado de matar três comparsas da família Morel, considerados o rei da maconha no Paraguay. Beira-mar nega. Um dos motivos para o poder de Beira-mar é a lei que garante a privacidade das conversas dos presos durante as visitas. "

"Qualquer preso tem condições de fazer contato com o universo exterior porque a lei garante visitas e a gente não vai monitorar visita e há também advogado que presta ao serviço de pombo correio. Então o contato com o mundo exterior é difícil eliminá-lo 100%", informa o responsável pela penitenciária, Odilon de Oliveira. Oliveira diz também que todos os presos têm o mesmo tratamento. "As regras são aplicadas em igualdade. Mesmas normas, mesma alimentação para todos".

A reportagem diz que Beira-mar conhece bem o castigo no presídio. Ele está há mais de dois anos sob o rigor do regime diferenciado. O motivo são os indícios de que ele estaria por trás de ações criminosas do lado de fora, como a tentativa de invasão do presídio em abril deste ano quando pelo menos nove homens armados com pistolas e fuzis atacaram os agentes da penitenciária durante a noite. Foi o traficante colombiano Juan Carlos Abadia, que estava no mesmo presídio na época, quem denunciou Beira-mar. Abadia também denunciou que Beira-mar tinha um plano para seqüestrar autoridades, entre eles um filho do presidente Lula.

Histórico

Beira-Mar responde a vários processos. Juntas, as condenações a que foi sujeito somam um total de 60 anos de pena. A maior parte delas está relacionada ao tráfico de drogas. A última condenação --a 29 anos de prisão-- ocorreu em agosto último, pela 2ª Vara Federal de Curitiba. Ele é acusado de comandar uma quadrilha de tráfico de drogas e armas e por lavagem de dinheiro, tudo de dentro da cadeia.

Desde que foi preso em abril de 2001 na Colômbia, Beira-Mar passou por diferentes unidades prisionais.

Em outubro deste ano o STJ (Superior Tribunal de Justiça) julgou improcedente o pedido feito pela defesa o Fernandinho Beira Mar de transferi-lo do presídio federal para uma unidade prisional no Rio de Janeiro.

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