domingo, 12 de outubro de 2008

Fragmentos da Mata Atlântica: necessidade de mais proteção.Folha Vitória On Line, com opinião de O CLARO

FONTE: FOLHA VITÓRIA ON LINE

02/10/2008 às 10h52

Fragmentos da Mata Atlântica: necessidade de mais proteção


Apesar de se perceber que está havendo, ano após ano, redução dos desmatamentos no meio rural capixaba, verifica-se o início de um processo de regeneração natural e ampliação dos plantios florestais, em várias regiões, indicando uma nova tendência de organização do espaço rural. Preocupa-nos, porém, que a velocidade dessa dinâmica não ocorre em ritmo suficiente para reparar as agressões sofridas historicamente pelos ecossistemas, especialmente no tocante à recomposição em quantidade e qualidade das florestas naturais, o que contraria a lógica dos trabalhos realizados nos últimos anos.

Acreditamos que, para isto ocorrer, deve ser mudada a forma de se pensar e utilizar os recursos ambientais, para então se iniciar uma nova fase, onde ocorra a aceleração da recuperação de importantes áreas perdidas de florestas naturais, principalmente naqueles locais determinados pela legislação – as Áreas de Preservação Permanentes – APPS – tais como: margens de rios, córregos e lagoas, encostas íngremes e topos de morros; as reservas legais – que são fundamentais para o equilíbrio ecológico (com melhoria da qualidade e redução de custos na produção de alimentos), manutenção da biodiversidade; e, principalmente, para haver conservação de solo e água.

Um dos problemas graves para a proteção dos remanescentes florestais naturais da Mata Atlântica, como já abordamos, é a elevada fragmentação, que se encontra em todo o País, o que não é diferente no Espírito Santo, com exceção de algumas áreas, tais como: a Reserva Florestal da Vale do Rio Doce e a de Sooretama no Norte do Espírito Santo; e de algumas outras como a Reserva Biológica Augusto Ruschi em Santa Teresa e do Parque Nacional do Caparaó e de algumas outras Unidades de Conservação ainda existentes.

A maioria dos remanescentes florestais nativos está pulverizada em milhares de pequenos pedaços distribuídos ao acaso em imóveis particulares, em todo o território estadual, dependentes da proteção e dos cuidados de cada um de seus donos, que, só recentemente, passaram a ter a possibilidade de terem incentivos financeiros para que protejam e conservem essas áreas, mas que, com a crise de alimentos que o mundo está vivendo, serão cada vez mais pressionados.

Nos últimos tempos, as políticas voltadas para a proteção dos remanescentes florestais tem tido mudanças e muitos avanços, tanto para a orientação, quanto para o incentivo e apoio aos agricultores, como é caso do Projeto Corredores Ecológicos, do FUNDÁGUA e do pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e até mesmo a fiscalização está se tornando mais eficaz e contando com o apoio de setores importantes da população organizada. Isso tudo visando manter e/ou ampliar os citados fragmentos de Mata Atlântica, que, mesmo em ritmo mais lento, continuam sofrendo redução de área e muitas vezes, um grande empobrecimento em sua Biodiversidade.

Os fragmentos florestais são áreas extremamente vulneráveis: aos incêndios florestais e queimadas, em virtude da falta de aceiro; ao pastoreio e pisoteio de gado; à busca de novas terras para lavouras; às constantes explorações de madeiras e outros produtos florestais, para os mais diversos fins, na maioria das vezes sem nenhuma autorização legal; e mais, em alguns casos parece haver extrações orientadas e propositais dos exemplares mais exuberantes, no sentido de empobrecer o remanescente florestal e, conseqüentemente, mudar sua tipologia florestal e, com isso, aquela mata ou capoeira possa passar a ser enquadrada em categorias que a legislação permita seu corte ou uma maior intervenção, o que deve ser motivo de mais atenção e investigação pelas instituições públicas, com caráter de urgência.

O correto é que, além de se preocupar com a área – percentual de cobertura florestal, mais do que nunca, é importante haver um trabalho eficiente e rápido de proteger a qualidade dos remanescentes florestais nativos ainda existentes e mesmo enriquecê-los, plantando espécies que naturalmente os habitavam – obviamente, com a orientação técnica devida. Caso contrário, em breve, poder-se-á manter uma cobertura florestal natural no estado em tamanho considerável, mas de baixa biodiversidade, o que não garantirá a perpetuação desses fragmentos florestais, nem o equilíbrio ecológico, nem os benefícios almejados pela sociedade.

Publicado por Luiz Fernando Schettino Comente""

---------- C O M E N T Á R I O A I N D A N Ã O PUBLICADO -------------

CÓDIGO DE STATUS DE RECEBIMENTO DA MATÉRIA : UR6yy>

Vitória do ESpírito Santo, 08 de outubro de 2008

Caro Luiz Fernando Schettino,
Tudo bem?

“Eu vi, o senhor leu”, assim asseverou o cientista capixaba, Augusto Ruschi, perante um cientista estrangeiro, para convencê-lo dos resultados de seus intensos e profundos estudos feitos na floresta.

Não sou um especialista no assunto, por isso fiz meu dever de casa para aplicá-lo nesta nobre causa chamada por ambientalismo.

Procedi a uma boa leitura e pesquisa para aprender e oxigenar o debate.

No seu texto fica evidenciada a séria e preocupante negligência por parte do EStado, o EStado Mínimo, e das empresas que estão a imprimir um ritmo de crescimento desordenado, sem a devida preocupação e respeito para a geração atual e para as próximas, se é que conseguirão vingar após tanta agressão ao inteiro ambiente.

Não é justo jogar nas costas do cidadão as mazelas ocasionadas pela degradação ambiental, pois elES são meras vítimas de empreendedorES imediatistas e do EStado com permissão para derrubar, devastar, dEStruir nosso bioma com a licença e a permissão para devastar conferida pelo EStado.

Todo Este salutar debate é muito importante, bem assim sua louvável preocupação sempre presente nESte ESpaço democrático do Folha Vitória.

É horroroso, deprimente e arrasador verificar que pouca coisa foi feita no século passado e no passado recente e ainda no presente para banir esta prática diária de extermínio ambiental.

No Portal oficial do Governo do ES, consta uma Lista de 950 ESpéciES de nossa fauna e da flora Ameaçadas de Extinção no ESpírito Santo, tornando-se argumento e prova cabais do dEScaso e deterioração do meio ambiente a que EStamos submetidos.

Por outro lado já ficou fartamente comprovado que discursos são estéreis quando não acompanhados com a prática, que continua sendo, por excelência e supremacia, o critério da verdade.

Infelizmente, também, os Políticos Profissionais não deliberam concreta e eficazmente em favor do meio ambiente. É claro, com as exceções que confirmam a regra.

Empresto-lhe, Dr. Schettino, minha solidariedade objetivando fornecer qualquer colaboração para que ESte crime seja coibido definitivamente e que boas práticas

A continuar tudo como está ninguém merecerá um reconhecimento como Este:

“Professor Ruschi,

Muito nos constrange o que se está fazendo com o grande cientista brasileiro. Defenda seus direitos e sua obra. Medíocres detestam a ciência, interesses econômicos destroem o valor e os valores do Brasil. Solidário com a sua causa, com admiração e respeito, Pontes de Miranda”.


Se o EStado e os empresários não se conscientizarem que EStamos à beira de uma catástrofe, desde há muito anunciado, somente o caos será convertido em “benefícios almejados pela sociedade”.

Toda esta constatação evidencia que os interessES da coletividade confrontam com os interessES deletérios do Estado e do setor empresarial.

Inviabilizado que EStá o crescimento sustentável, somente a sociedade civil poderia, de forma organizada, sensibilizar o Estado, e empresários em prol desta causa comum, mas será comum mesmo?

Para quem dEStinar a EStátua de Lobo?

Com grande admiração e respeito proponho: vamos somar para multiplicar?!

Fernando, OCLARO.blogspot.com.br"

PSB - VITÓRIA

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