FONTE: DANIEL SANTOS, ESCRITOR E JORNALISTA, ESCREVE, TAMBÉM, NO COMUNIQUESE.COM.BR
Onze de setembro
- Daniel Santos
Apesar da claridade da manhã, todos viram que uma luz ainda mais cegante se aproximava da cidade, veloz como um bólide, um corisco ou medonho desígnio, para abalar o azul daquela atmosfera imperturbável.
Um segundo só. Ou dois, no máximo. E não houve tempo para entender nem para gritar. Só depois do estrondo e da emissão de um fogo que a tudo cauterizava, ocorreu a dispersão. Mas para onde fugir, afinal?
Lagartos, pequenos sauros e mais os répteis ainda em evolução foram os primeiros a morrer. Tentaram imiscuir-se no lodo em que toda aquela zona chafurdava, mas o clarão vazou seus corpos e fulminou-os.
De imediato e por muitos minutos mais, todos atordoaram-se, porque, desmedido, tonitruante, o estrondo progrediu pela cidade, espalhou-se pelo seu perímetro e voltou em ecos para aturdir e submeter.
As fundações abalaram-se de tal forma, com tamanha intensidade, que uma febre abissal emergiu de profundas furnas e logo entornou-se pelas superfícies em ondas de calor com poder de contágio e prostração.
Impossível reagir ao que se impunha com o imperativo de um veredicto. Aliás, nem se pensava nisso: há tempos, aceitava-se a idéia do extermínio. Estava para acontecer. Apenas perguntava-se: quando?
De fato, nem tanto a flora, mas a fauna inquietava-se devido à própria monumentalidade. Uma fadiga crônica, uma obesidade mórbida, terminal, sugeria década após década que tudo iria ruir. E ruiu mesmo.
E quando ruiu, apesar do espanto, todos aceitaram sua sina: se a vida era desconfortável para eles, quem sabe a inexistência lhes cairia bem? Estavam atravancando a História e deviam, por isso, se retirar.
Intuíam que a lei da evolução das espécies se dá aos saltos, e não de forma linear. Mais: dali em diante, tudo tenderia a diminuir até as medidas definirem uma escala ideal para se corresponderem em harmonia.
Por isso, sem argumentos em defesa da própria sobrevivência, deixaram-se abater. Um a um, mamutes, pterodáctilos, titanossauros e tantos outros desapareceram sob os escombros em estado de pasmo.
Escritos indignados e propositivos de Fernando Claro. Contra direita golpista e contra as mídias que desinformam e mentem. Pela Soberania do Brasil. Pela Supremacia da Constituição Federal. Pela tolerância, compreensão e respeito para com as diversidades. Em defesa dos Direitos Humanos. A hora é essa! Vamos nessa?
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