segunda-feira, 6 de outubro de 2008

ZÉ DIRCEU - BRASIL "Um país melhor", com comentário de OCLARO.

FONTE: WWW.ZEDIRCEU.COM.BR

03/10/2008 09:50

Um país melhor Por José Dirceu

(artigo publicado no Jornal do Brasil, em 02 de outubro de 2008)


Até mesmo em função da crise da economia mundial e de como vamos reagir aos seus impactos sobre o Brasil, é importante refletir sobre alguns dos dados revelados pelo IPEA com base na recém divulgada Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD-2007) do IBGE. O instituto constatou que, entre 2001 e 2007, 13,8 milhões de pessoas melhoraram sua faixa de renda. Dessas, 10 milhões deixaram a faixa mais pobre, das quais 3,7 milhões no Nordeste.

Para identificar a mobilidade social produzida pelo aumento do emprego e da melhor distribuição da renda, o IBGE dividiu a população em três grupos: o 1 representa a baixa renda, o 2 os que têm renda média e, o 3, renda alta.
Há outras boas surpresas nessa PNAD-2007. Pela primeira vez desde os anos 90, mais da metade dos trabalhadores está contribuindo para a Previdência graças ao aumento do emprego com carteira assinada – 32 milhões em 2007, um aumento de 6,1% em relação ao ano anterior, representando a maior participação da população ocupada (35,3%) desde o início da série PNAD. O Brasil chegou a 90,8 milhões (+1,6%) de pessoas ocupadas – uma redução do total de desocupados de 8,2 milhões para 8,1 milhões.

O rendimento médio dos trabalhadores também cresceu 3,2% em relação a 2006, atingindo R$ 956,00, o maior nível desde 1999, porém, 5% abaixo da remuneração média de 2007. Foi o terceiro ano de crescimento consecutivo da renda.

Os indicadores revelam que a desigualdade nos rendimentos caiu, mas ainda persiste. Entre 2004 e 2007, houve sucessivas reduções no índice Gini (de 0,5437 para 0,528). Entre 2006 e 2007, houve estabilidade no Nordeste (0,495 para 0,493) e reduziu-se a concentração no Norte (de 0,565 para 0,547), no Sudeste (0,523 para 0,505) e no Sul (0,502 para 0,494). O Centro-Oeste, que registrou aumento do número de ocupados, elevou a concentração, de 0,541 para 0,551.

Também houve avanços na educação, o mais importante indicador social, com aumento do número de estudantes em todos os níveis de escolaridade – da pré-escola (+2,5% em relação a 2006) ao nível superior (mais 251 mil). Na infra-estrutura, pela primeira vez, mais da metade dos domicílios (51,3%) tem acesso à rede de esgoto. O percentual de imóveis atendidos por rede de abastecimento de água bateu os 83,3%, com pequena oscilação positiva. O fornecimento de energia atingiu 98,2% dos 56,345 milhões de domicílios que o país tinha no ano passado, 1,735 milhão de unidades a mais do que no ano anterior. E o telefone, fixo ou celular, estava presente em 77% das residências.

Se os números mostram avanços positivos e importantes, ainda há muito a fazer para o Brasil ser um país desenvolvido e socialmente mais justo. A começar pela educação, onde temos que resgatar nossa histórica dívida social. Não dá para admitir, em pleno século 21, que tenhamos no país 14,1 milhões de analfabetos. Houve uma redução de 0,4%, mas é marginal – nada justifica esse quadro. O governo Lula acertou em outras políticas para a educação, como a criação do Prouni e o investimento na expansão das escolas técnicas e na qualificação dos professores, mas até hoje não conseguiu implementar uma política eficiente de combate ao analfabetismo.

Também é na qualidade da educação – e a básica é o maior espelho disso – que está o maior desafio a ser vencido. As medidas já adotadas tendem a alterar esse triste perfil, mas os resultados demandam algum tempo. Segundo o IBGE, o Brasil tem 2,4 milhões de analfabetos entre sete e 14 anos, dos quais 2,1 milhões (87,2%) freqüentavam a escola em 2007. Além disso, 10,8% das crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos trabalhavam pelo menos 40 horas semanais.

Os números mostram que o país está no caminho certo. Mas, também, indicam ser preciso acelerar o passo e radicalizar as políticas de crescimento e resgate das dívidas sociais. Num cenário de crise, a responsabilidade é ainda maior. Nossa expectativa é de que as escolhas não comprometam as conquistas já alcançadas, nem tirem o país do rumo do crescimento com melhor distribuição de renda.

Copyright © 1995, 2000, Jornal do Brasil. É proibida a reprodução
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COMENTÁRIOS


03/10/2008 21:34
[Fernando Claro]

Sem dúvida alguma houve mudanças qualitativas e quantitativas em favor do Povo Brasileiro como em nenhuma época, principalmente no aumento da auto-estima promovida por uma política externa corajosa e a altura de nosso valor e peso na economia mundial.
Devemos aprofundar nas mudanças estruturais tão necessárias quanto antigas.Os movimentos sociais precisam exigir e apoiar o Presidente que volta a ter um cheque em branco nas mãos, dado pelo Povo Brasileiro, para que seja usado e convertido em distribuição isonômica do lucro da empresa BRASIL através de efetiva e eficaz participação nos lucros.

OCLARO.blogstpot.com.br

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