FONTE: www.cristovam.org.br
Jornal do Commercio
A grande data
Artigo publicado no Jornal do Commercio, no dia 17/10/2008
Cristovam Buarque *
A história do Brasil registra três datas de vitórias marcantes: Sete de Setembro, Treze de Maio e Quinze de Novembro. Vitórias incompletas, porque outra data ainda não é comemorada com o mesmo destaque: o Quinze de Outubro. A Independência, a Abolição, a República não foram completadas porque, para isso, o caminho seria a escola, com qualidade e igualdade.
O Brasil continua vulnerável, submisso e dependente. Os descendentes dos escravos continuam discriminados. A pobreza ainda condena milhões à escravidão do desemprego, à falta de moradia, de saúde, de renda suficiente. Em alguns aspectos (como a violência e a desigualdade), a qualidade de vida piorou, depois da Abolição. A República mantém o País dividido.
Não existe Independência sem uma população educada, capaz de desenvolver o conhecimento que a sociedade moderna exige; não há Abolição se a educação não assegurar oportunidades iguais para todos; nem é República um país no qual a escola do filho do eleito é melhor do que a escola do filho do eleitor.
Só a escola de qualidade para todos conseguirá dar àquelas datas a dimensão que já deveriam ter. Mas isso ainda não aconteceu. Até hoje, a escola brasileira continua desigual e sem a qualidade necessária. E tendo negado educação de qualidade para todos, o Brasil continuou semi-independente, com uma escravidão disfarçada e uma pseudo-República.
E a escola é, acima de tudo, o professor. Um país não se completa se o professor não for a categoria mais bem preparada, mais dedicada e com os melhores salários. No Brasil, um príncipe, uma princesa e um marechal ficaram conhecidos por casa de grandes mudanças na história brasileira. Mas só os professores serão capazes de dar o salto à frente que vai realmente completar a Independência, a Abolição e a República.
Lamentavelmente, esse não é o nosso caso. Só agora conseguimos um Piso Nacional para o Salário do Professor, mesmo assim, equivalente a 10% do piso de outras categorias do setor público.
O Brasil precisa colocar o Quinze de Outubro como a data-mãe de todas as outras datas históricas. E tratar seus professores não apenas como os heróis que são, mas principalmente como os personagens centrais do País, como devem ser: os construtores do futuro.
Para isso, além de serem educadores, os professores têm um importante papel: serem também educacionistas. Além do trabalho profissional dentro de sala de aula, precisam de militância política nas ruas e nas urnas, em defesa do educacionismo: um movimento que construa uma sociedade na qual o filho do trabalhador estude na mesma escola que o filho do patrão; o filho do pobre na mesma escola que o filho do rico; todas com o máximo de qualidade que os tempos atuais exigem.
* Professor da Universidade de Brasília, Senador pelo PDT/DF.
Escritos indignados e propositivos de Fernando Claro. Contra direita golpista e contra as mídias que desinformam e mentem. Pela Soberania do Brasil. Pela Supremacia da Constituição Federal. Pela tolerância, compreensão e respeito para com as diversidades. Em defesa dos Direitos Humanos. A hora é essa! Vamos nessa?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postagem em destaque
Portal da SBO - Sociedade Brasileira de Oftalmologia Dia Nacional de Combate ao Glaucoma é 25 de maio | O CLARO: Vá periodicamente ao oftalmologista. O glaucoma pode levar à cegueira!
.: Portal da SBO - Sociedade Brasileira de Oftalmologia :. Façam um blogueiro feliz...rsrs Caso queiram DOAR qualquer VALOR para a MANUTE...
-
Editorial de O CLARO, em 12 de junho de 2009 GREVE NAS UNIDADES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA MÉDICOS INFLIGEM DOR EM PACIENTES P...
-
20160315_cadastrodereclamacoes2015.pdf Caso queiram DOAR qualquer VALOR para a MANUTENÇÃO do BLOG O CLARO, recomendamos que DOADOR tenha a...
-
.: Portal da SBO - Sociedade Brasileira de Oftalmologia :. Façam um blogueiro feliz...rsrs Caso queiram DOAR qualquer VALOR para a MANUTE...
Nenhum comentário:
Postar um comentário